Aprender com o outro, o eu...

9 de julho de 2012



Essa vida é surpreendente. Apresenta-nos desafios e problemas. Mobiliza-nos a resolvê-los. Nesses últimos meses, estamos vivendo um momento de 'terapia familiar' aqui em casa. Meu tio que pode ser considerado 'um alcoolatra' (embora talvez não seja legal designar) despertou essa terapia. Ou seja, a diferença (ou aqueles/as que nomeamos como diferente - sim, desde cedo, entendo [pelos outros] meu tio como alguém diferente) propicia uma série de aprendizagens. Hoje, por exemplo, refletimos não somente sobre ele e sua condição. Fizemos uma reflexão sobre “nós”, sobre a nossa família, sobre a nossa maneira de olhar e compreender o mundo. Falamos de julgamento social, preconceitos, posições e papéis sociais (incluindo o papel da mãe e do pai na educação dos/as filhos/as), a pressão social em relação ao trabalho e a assunção da responsabilidade, a juventude e o que tem sido chamado pela mídia de ‘geração canguru’, problemas da infância, felicidades, bem, inúmeras outras coisas. 

Hoje, dormiremos mais conscientes de que não é preciso apenas compreender o outro, mas também é necessário, nesse processo e nessa vida, aprendemos a identificar nossas próprias características, nossas formas de pensar e agir e, talvez, pensar e adotar outras formas. Hoje sinto que crescemos mais na terapia. Aprendemos a nos olhar também. Aprendemos a identificar, talvez, possíveis formas de tratamento do Outro que não favorecem a sua própria “libertação”. Enfim, aprendemos alguma coisa. Tentaremos, então, diante disso, agir talvez de uma forma diferente da qual fizemos até agora. É um processo interminável. Sabe aquela fórmula da ação-reflexão-ação permanente? Pois é, algo assim. Hoje, pensamos que, talvez, ao invés de tentarmos resolver o 'problema do outro', de repente, precisamos (também) encarar e solucionar os nossos próprios problemas. É, aprendizagem é o lema da vida e o encontro com o Outro, além de empatia, acolhimento e quebra de preconceitos, é um processo que pode muito bem “mudar a gente mesmo”. E assim vamos vivendo e aprendendo...

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