Foto: Rebomeg |
Nos últimos dias, surgiu nas redes sociais (especialmente no facebook) mais um vídeo fenômeno de audiência. É o vídeo em que a professora Gilberta Acselrad, coordenadora do Núcleo de Drogas, Aids e Direitos Humanos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), é entrevista pela jornalista Leilane Neubarth da Globo News. A jornalista, conduzindo a entrevista, pensou que a especialista confirmaria o “ponto de vista dominante” de que a “droga constitui um problema”. Ao invés disso, a professora Gilberta se preocupa em apresentar outros problemas, como o controle de qualidade de droga, a proibição (e a não legalização) como “causadora” dos problemas das drogas, entre outros. A jornalista assustada reforçou seu ponto de vista (que de certa forma é o dominante) associando droga com problema.
No caso dessa comunicação, o impressionante é que mesmo que o objetivo fosse favorecer uma visão sobre as drogas, o programa acabou mostrando diferentes vozes. A polêmica da legalização, claro, tornou a voltar: legalizar ou não? O uso da droga é um problema ou é um direito de liberdade social? Qual o papel do Estado e da educação?
A professora Gilberta toca em alguns pontos no entrevista muito interessante, dentre os quais destaco: “diferença entre legalização e liberação”, “prevenção é relacionada a uma doença e as drogas não são doenças”, “a droga se tornou um “problema” de 100 anos para cá, pois já é lugar comum afirmar que a droga faz parte da história da humanidade”, “o caminho é uma educação para autonomia, que é desenvolver nas pessoas a capacidade de reflexão e ação, que seja protetora de si e do seu entorno”, "o problema não é as drogas, mas a perseguição as drogas".
Para conhecer mais sobre a opinião desses especialistas, sugiro aos interessados ler uma reportagem no Correio Brasiliense (Especialistas defendem legalização das drogas para o enfrentamento do tráfico e da violência) e o artigo “A construção social do “problema” das drogas” da própria prof. Gilberta.
Ah, e para que não viu, não perca a oportunidade de assistir ao vídeo. Afinal, além de informativo, ele é super engraçado!
8 comentários:
KKK..Você tinha razão Cleverson, a entrevista foi mesmo engraçada porque a Leilane ficou "mordidíssima" mal se aguentou na cadeira dela.. Passada!!!..kkk. Mas eu condfesso que até então nunca havia analisado a questão através do ponto de vista da professora.E algo a se pensar.Obrigado pela proposta de reflexão.
Parabéns como sempre!
Junior di Jesus
São Mateus - ES.
De nada Junior! A proposta de reflexão da prof. Gilberta foi nova para mim também! Ela me acrescentou bastante e demonstrou que preciso estudar mais sobre a questão! Abração!:)
Que interessante essa entrevista! Ainda bem que a pesquisadora não se deixou levar pela tendenciosidade burguesa da entrevistadora!
De fato precisamos refletir sobre várias questões que estão postas na nossa sociedade (impostas como pensamento hegemônico) e não refletimos realmente sobre elas!
Oi Magnus!
É verdade!
O vídeo foi mais uma oportunidade para repensarmos essas questões e, principalmente, o pensamento hegemônico.
Valeu pelo comentário!:)
Interessantíssimo!
Cleverson, passei o endereço do seu blog aos meus colegas aqui da regiona. essa matéria é um grande instrumento para iniciarmos uma discussão intensiva sobre a questão "drogas". Particularmente tenho uma posição bem parecida com a opinião da professora e aquele ditado bem antiguinho de que "tudo o que é proibido é melhor", ilustra bem a posição dela.
Oi Flávia!
Nossa, adorei! Até na Regional, é?
Obrigado pela visita e pela indicação!
Veja só! Esse lance da "educação para a autonomia" foi o que mais chamou minha atenção.
Vamos tecendo mais esses conhecimentos!
Abraço!:)
O pior problema de todos é a falta de informação. Muitos acham que ao legalizar, as pessoas vão sair por aí "baforando" na cara dos outros, no meio da rua. Mas pelo contrário, ao legalizar, será criada uma lei, onde será determinado locais onde se possa fumar, como os coffee shops em amsterdam, assim, provavelmente haverá menos pessoas fumando nas ruas do que há hoje. Este é só um exemplo, que tirei ontem do programa CQC na Marcha da Maconha, para vemos como a falta de informação faz com que as pessoas fechem os olhos para o problema, sendo burramente contra o que acham ser certo. Grande abraço aos que discutem temas sociais importantes como esse.
Valeu Felipe! Ótimo contar com sua opinião aqui! Abraço grande!
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