Por uma Parada do Orgulho da Diferença e da Multiplicidade

17 de agosto de 2010


Foto: Gay 1
Inúmeras pessoas foram a 13ª Parada do Orgulho LGBTS de Brasília, que ocorreu domingo, 15 de agosto de 2010: ativistas, pessoas LGBT, famílias e simpatizantes estavam lá! A parada que se concentrou na altura 112 Sul, seguiu rumo a Esplanada dos Ministérios, fazendo a volta tradicional na Rodoviária de Brasília.
Esse ano a parada contou com três trios elétricos: um representado pelo Portal Gay 1 e Pride Boy, outro pela Vodka Blush e o último pela Festa Bianco.
O cenário político de Brasília, em época de eleições, fez com que o tema da parada fosse “Pela Igualdade, a Força do Nosso Voto”.
Iniciadas a partir do marco da rebelião de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, em Nova Iorque, onde homossexuais resistiram aos maus-tratos da polícia, as Paradas do Orgulho LGBT se multiplicaram e se espalharam por todos as cantos do mundo.
Aqui no Brasil, o Ministério da Cultura reconheceu as paradas LGBT como uma manifestação artística e cultural.
Embora pareça uma festa, com muita música eletrônica e outros estilos musicais, a Parada LGBT tem seu cunho político, de luta pelos direitos humanos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT), bem como outras multiplicidades que “não podem ser nomeadas” (por simplesmente, não poderem existir, para algumas pessoas).
O simples fato de uma aglomeração de pessoas em torno de uma causa, que é a luta por toda e qualquer forma de preconceito, exclusivamente, o preconceito sexual e de gênero, já demonstra o poder que essa “massa” possui. São sentimentos, histórias e valores que se juntam, uma ou mais vezes ao ano, para celebrar a “diferença” e o orgulho, mas também para expor a não conformidade com uma ordem social opressora de gênero e sexualidade.
Os movimentos LGBT têm contribuído para agregar outros saberes sobre a “diversidade” sexual, bem como tem ajudado na sensibilização da população e no combate a homofobia (dispositivo de regulação e controle da sexualidade, em conformidade com uma ordem binária de gênero).
Aqui no Distrito Federal, tem crescido a representatividade de organizações, associações, grupos e comunidades ligadas aos movimentos de LGBT’s. Tenho julgado importante certas mudanças nas representatividades dentro do movimento LGBT do DF no sentido de atingir outros públicos diferentes da burguesia "gay", e do centro urbano, representado pelo Plano Piloto, Asa Sul e Norte, Lago Sul e Norte, abarcando LGBT’s que estão em outros estratos (ou classes) sociais, desde que esse “trabalho” seja feito com o objetivo de politização dessas pessoas, moradoras dessas cidades, mas também de empoderamento no sentido delas poderem usufruir dos mesmos recursos disputados para a própria emancipação.
Assim, embora ainda dispersas em datas variadas e organizadas por diferentes entidades, que possuem tanto divergências internas quanto externas, espero que as próximas paradas do orgulho LGBT do Distrito Federal e entorno, comecem pelas cidades satélites e culminem em uma grande manifestação no centro de Brasilia. Nessa manifestação estarão presentes não apenas LGBT brancos, burgueses e “bonitos”, mas também LGBT pobres, negros(as), deficientes, jovens e velhos(as) e aqueles(as) que fogem aos padrões estéticos valorizados por parte da comunidade LGBT.
É possível construir essa nova política. E ela deve começar de dentro desses próprios grupos, resolvendo suas divergências, e, também, a partir dos(as) próprios(as) LGBT’s, reconhecendo suas próprias diferenças e singularidades, reconhecendo que o que os une é superior aquilo que os separam.

2 comentários:

Vise e Revise disse...

Amei seu blog lindo.. beijos parabéns.. bela cobertura da parada...

Bettiânia disse...

Show seu Blog, você é incrível!!
Beijos da amiga Vânia

Postar um comentário

Você gostou dessa postagem? Deixe aqui um comentário!